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A pesar de que ha constituído su ?gura pública a través de la poesía y de la canción popular, Vinicius fue uno de los grandes escritores de prosa de su generación (una generación, sería oportuno recordarlo, cuya prosa estaba cristalizada en su gran parte por el carioquísima género de la crónica).

 

 

Con un amplio número de periódicos que circulaban por la ciudad, y un equipo de escritores que abarcaba desde Rubem Braga hasta Carlinhos de Oliveira, desde Carlos Drummond de Andrade hasta Clarice Lispector, y desde Fernando Sabino hasta Nelson Rodrigues, Vinicius se ubicaba entre ellos como un cronista que transmitía en su prosa los mismos motivos y la misma leveza de estilo que le presentaba al público en sus poemas.

 


Lapa de bandeira
Vinicius de Moraes
Poesia

LAPA DE BANDEIRA
(Quinta-rima)


     A Manuel Bandeira


Existia, e ainda existe
Um certo beco na Lapa
Onde assistia, não assiste
Um poeta no fundo triste
No alto de um apartamento
Como no alto de uma escarpa.

Em dias de minha vida
Em que me levava o vento
Como uma nave ferida
No cimo da escarpa erguida
Eu via uma luz discreta
Acender serenamente.

Era a ilha da amizade
Era o espírito do poeta
A buscar pela cidade
Minha louca mocidade.
Como uma nave ferida
Perambulando patética.

E eu ia e ascensionava
A grande espiral erguida
Onde o poeta me aguardava
E onde tudo me guardava
Contra a angústia do vazio
Que embaixo me consumia.

Um simples apartamento
Num pobre beco sombrio
Na Lapa, junto ao convento...
Porém, no meu pensamento
Era o farol da poesia
Brilhando serenamente.


Rio, 1952

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