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UM POEMA-CANÇÃO DE AMOR DESESPERADO
Cuerpo de mujer, blancas colinas, muslos blancos
Te pareces al mundo em tu actitud de entrega.
De coordenadas tais e horizontes tão grandes
Que assim, imersa em amor, és uma Atlântida!
Como todas las cosas están llenas de mi alma
Emerges de las cosas llenas del alma mía.
E ponho-me a cismar... — mulher, como te expandes
Que imensa que és tu! — maior que o mar, maior que a infância!
Cielo desde um navio, campo desde los cerros
Onde, a nudez vestida só de lua branca
Eu ia mergulhar minha face já triste.
Pero cae la hora de la venganza, y te amo
Cuerpo de piel, de musgo, de leche ávida y firme.
Como o mar ao penhasco onde se atira insano
E onde a bramir se aplaca e ao qual retorna sempre.
(Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.)
Fuy tuyo, fuiste mía. Tu serás del que te ame
Del que corte em tu huerto lo que he sembrado yo.
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
Num amor cheio de renúncia. Yo no lo quiero
Amada, para que nada nos amarre, que no nos una nada.
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
Fuy tuyo, fuiste mía. Que más? Juntos hicimos
Um recodo en la ruta donde el amor pasó.
Meu sonho, eu te perdi, tornei-me em homem.
O verso que mergulha o fundo de minha alma
É simples e fatal, mas não traz carícia.
Confesso que me canso de ser hombre.
O que sou eu senão um grande sonho obscuro em face do Sonho
Senão uma grande angústia obscura em face da Angústia?
Puedo escribrir los versos más tristes esta noche...
Itapuã, 30/10/1973