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Em Paris, 1957
Vinicius de Moraes
Poesia

EM PARIS, 1957


Em casa de Aragon
Dia de seu aniversário
Elsa ainda viva, éramos Matilde
Tu, Nicolás, o pintor Matta
E eu ainda diplomata, ainda de gravata.
O jantar era bom
A conversa é que estava meio ingrata.
Depois de muitas confabulações
Tu, Nicolás e eu
Nos havíamos cotizado
Para dar a Aragon
Um tremendo incunábulo.
Um livro surpreendente
Porque já nele não se lia nada.
Um bonito presente
E, evidentemente, um incunábulo...

Incunábulo...

— Que palavra engraçada!

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