Forma e exegese
Vinicius de Moraes
Pongetti, 1935

Forma e Exegese marca a continuidade da carreira de Vinicius de Moraes como poeta. Ainda com 22 anos, era o segundo livro do jovem que ainda se apegava ao Simbolismo como escola dileta na hora de fazer versos ou escolher temas. As várias dedicatórias do livro para Arthur Rimbaud, Mallarmé, Claudel ou Jacques Riviére, selam a aliança do jovem poeta com sua matriz literária francesa e nos mostra a filiação poética que Vinicius ainda cultivava.  Apesar do universo simbolista e de sua ligação com o meio intelectual católico do Rio de Janeiro, o livro apresenta alguns primeiros passos em poéticas que lhe seriam usuais futuramente. Poemas como “Ilha do Governador”, sobre sua infância no bairro carioca, ou “A volta da mulher morena” destacam-se dos longos versos herméticos e transcendentais. Eles já apontam para um Vinicius mais tangível e cotidiano, e que, não obstante, daria à sua expressão ainda mais beleza e profundidade.